Sessão na Câmara é encerrada mais cedo após tumulto e bate-boca sobre caso Marielle

Sessão na Câmara é encerrada mais cedo após tumulto e bate-boca sobre caso Marielle

A sessão no plenário da Câmara dos Deputados foi encerrada mais cedo nesta terça-feira (26) devido a um tumulto entre parlamentares que discordavam sobre o adiamento da análise da prisão do deputado Chiquinho Brazão (RJ). Ele está preso desde domingo (24) por suspeita de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes. Veja o vídeo:

A confusão começou quando o deputado Éder Mauro (PL-PA) subiu à tribuna para falar sobre o caso. No discurso, ele defendeu Jair Bolsonaro dizendo que o ex-presidente “foi perseguido por comunistas” e sugeriu que o assassinato de Marielle foi planejado por alguém ligado à esquerda.

Em seguida, Éder Mauro exibiu uma imagem de Chiquinho Brazão durante a campanha de reeleição de Dilma Rousseff (PT) em 2014. “Esse defunto [Marielle Franco] é de vocês”, concluiu, apontando para os parlamentares do PSOL.

Com isso, deputados alinhados à esquerda protestaram contra a fala do deputado. “Respeite a Marielle. Brazão fez campanha para o Bolsonaro”, respondeu a deputada Jandira Feghali (PCdoB-PR). 

Ao descer da tribuna, Éder Mauro mostrou a foto de Chiquinho Brazão para o grupo de deputados do PSOL, PT e PCdoB. Alguns deputados tentaram tirar a foto de suas mãos, até que o deputado Alencar Santana (PT-SP) conseguiu arrancar a folha de Éder Mauro e rasgou o papel.

A ordem do dia já estava encerrada, no entanto, ainda havia expectativa de pronunciamento de deputados. Diante do embate e do tumulto generalizado, o deputado Gilberto Nascimento (PSD-SP), que presidia a sessão, decidiu encerrá-la.

O assunto também foi tema de briga na Comissão de Constituição e Justiça, mais cedo. Durante a sessão, a deputada Júlia Zanatta (PL-SC) solicitou a palavra e defendeu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) das acusações de ligação com o assassinato de Marielle. Em seguida, a deputada Talíria Petrone (PSol-RJ) iniciou um embate com Zanatta, e chegou a dizer que a deputada do PL deveria “lavar a boca para falar de Marielle”.

CCJ adia análise de prisão

A CCJ adiou nesta terça-feira (26) decisão sobre a manutenção da prisão de Chiquinho Brazão (RJ). Pela Constituição, é responsabilidade da Casa avaliar a necessidade de prisão de um parlamentar. Após a análise da Comissão, o relatório será votado no plenário da Câmara.

O relator do processo, deputado Darci de Mattos (PSD-SC), apresentou parecer favorável à prisão de Brazão, mas deputados da oposição conseguiram adiar a análise do parecer sob a justificativa de que seria necessário mais tempo para analisar os critérios constitucionais. O pedido de vista (mais tempo para análise) foi feito pelo deputado Gilson Marques (Novo-SC).

A discussão foi adiada para as próximas duas sessões da comissão. Com o feriado de Páscoa e a janela partidária na semana seguinte, a votação ocorrerá provavelmente por volta de 10 de abril.

Related posts

Bolsonaro manda recado por telefone para direita capixaba em evento no estado

Instituto de Lutas Evoluir (ILEV) apresenta projeto na Câmara Municipal.

Helder Barbalho diz que Pará fará primeira emissão de créditos de carbono em junho