domingo, maio 12, 2024
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Baixada Santista teve aumento de crimes violentos durante Operação Escudo, diz instituto

por carolinagomes
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Mesmo com a Operação Escudo em curso, um aumento significativo dos crimes violentos foi registrado na região da Baixada Santista entre agosto e setembro de 2023 em comparação ao mesmo período de 2022. O levantamento é do Instituto Sou da Paz com base em dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP).

A Baixada Santista abrange as cidades de Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente, todas no litoral sul de São Paulo.

Conforme os dados, a piora dos indicadores criminais foi intensa nos quatro municípios que foram palco da Operação Escudo no ano passado. No período, as cidades de Santos, Guarujá, São Vicente e Praia Grande tiveram uma piora significativa das ocorrências de estupros, furtos em geral, homicídios consumados e tentados, latrocínios e roubos em geral entre agosto e setembro do ano passado — período de vigência da operação — quando comparado ao mesmo período de 2022.

A pesquisa destaca o aumento de 84,2% nas tentativas de homicídio e de 335% nos roubos de carga, que saltaram de 20 ocorrências em agosto e setembro de 2022 para 87 no período da Operação Escudo. Os casos de homicídio aumentaram 7,7% na região e houve 25% mais ocorrências de estupros no mesmo período.

Quando os dados de todas as cidades da Baixada Santista são analisados, há uma redução nos homicídios dolosos nos meses de agosto e setembro de 2023. Porém, os números mostram que houve um aumento significativo dos assassinatos na região nos meses seguintes à Operação Escudo.

Quatro meses antes da operação, a região registrou 18 casos de homicídios dolosos — aqueles em que há intenção de matar. Dois meses antes foram 18, e durante a operação há registro de 22 ocorrências. Porém, quatro meses após o fim da operação, entre dezembro e janeiro deste ano, o número saltou para 29.

O mesmo fenômeno se deu em relação a outros crimes, como os furtos de veículos e roubos em geral, que quatro meses após a operação registraram um número de ocorrências nos municípios da Baixada mais elevado do que o registrado nos meses anteriores.

Operações letais na Baixada

A Operação Escudo foi deflagrada em 27 de julho de 2023 e terminou em setembro com o saldo de 28 mortos. A ação ocupa o terceiro lugar entre as operações mais letais da Polícia Militar paulista, ficando atrás apenas do massacre do Carandiru, em 1992, e da Operação Verão, que foi deflagrada este ano, e que já deixou 48 mortos desde 26 de janeiro.

Ambas as operações foram deflagradas após a morte de policiais militares na região.

A Operação Escudo de 2023 mobilizou, além do efetivo das polícias da Baixada, cerca de 600 policiais de outras regiões do estado, em um total de 15 batalhões, incluindo batalhões de Choque e BAEPs da capital e interior, e teve como foco bairros periféricos de Guarujá, São Vicente e Santos.

No começo deste mês, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que entidades que defendem os direitos humanos podiam “ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta” pois ele não estava “nem aí”. A fala aconteceu após organizações denunciarem abusos policiais cometidos durante essa operações para o Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas).

Para a diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, Carolina Ricardo, apesar do grande efetivo deslocado para a Baixada Santista, o resultado foi um aumento de vários crimes violentos na região, o que não melhora a vida da população.

“Ao contrário, ainda que sob a justificativa de um enfrentamento ao crime organizado na Baixada Santista, essas operações não estão tendo resultados concretos na desestruturação das organizações criminosas e nem conseguiram reduzir os altos índices criminais da região”, afirmou.

Procurada pela CNN, a SSP afirmou que as operações de combate ao crime organizado realizadas na Baixada Santista resultaram na prisão de importantes lideranças do tráfico de drogas na região e na apreensão de drogas.

Confira a nota da SSP na íntegra:

“As operações de combate ao crime organizado realizadas na Baixada Santista, entre 28 de julho a 5 de setembro de 2023 e a partir de 3 de fevereiro deste ano, resultaram na prisão de importantes lideranças do tráfico de drogas na região. Além disso, mais de dois mil criminosos foram presos pelas forças de segurança, dentre os quais 810 procurados pela Justiça; também foram retiradas das ruas 220 armas de fogo ilegais e 1,6 tonelada de drogas, gerando prejuízos significativos às atividades criminosas na região.

Essa estratégia de combate à criminalidade, aliada à intensificação do trabalho de investigação e às ações de policiamento preventivo e ostensivo pelas equipes locais, resultam em impactos positivos a longo prazo, como os próprios indicadores da região demonstram. Em 2023, a região da Baixada Santista apresentou redução nos casos homicídios (-18,1%) e um aumento expressivo (9,5%) na quantidade de infratores presos e apreendidos, totalizando 11.246 criminosos detidos. O índice de furtos, que registrava alta de 12% no primeiro semestre, fechou o segundo semestre com redução de 2,5%, após a operação e as ações citadas. Também foi registrada uma desaceleração nos casos de roubos após a intensificação do policiamento. Demais indicadores, como roubo de veículo e estupro, também tiveram quedas importantes no período.

Quanto aos roubos de carga, a pasta tem concentrado esforços para combater essa modalidade criminosa. A região possui características sazonais e geográficas únicas, que influenciam nos indicadores criminais, além de sediar o maior complexo portuário da América Latina. As forças de segurança têm atuado integradas, com uso de inteligência e tecnologia, para combater os roubos de carga. Nas três principais cidades da região (Santos, São Vicente e Guarujá) houve queda de cinco ocorrências no primeiro mês deste ano, em comparação com janeiro de 2023. Outro exemplo da efetividade dos trabalhos das polícias foi a recuperação de uma carga de cigarros avaliada em R$ 7,2 milhões e a prisão de 17 suspeitos, em janeiro deste ano, em Cubatão.”

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